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Saúde do Trabalhador: Cuidados que geram redução de custos na empresa

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O velho provérbio “é melhor prevenir do que remediar” define atualmente a situação de quem cuida de pequenas, médias ou grandes empresas. A principal peça de uma engrenagem para o funcionamento regular das máquinas, o trabalhador, nunca foi tão bem vista e cuidada pelos gestores, que prezam principalmente pela sua saúde para que possam produzir com eficácia.
Nos últimos 30 anos, o Brasil teve crescimento econômico e industrial, como também a elevou-se a preocupação com a saúde do trabalhador por meio de direitos trabalhistas. Prova disso, foi a elaboração da lei nº 6.5114, de 22 de dezembro de 1977, que regulamenta a segurança e a medicina do trabalho, conforme consta no capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho, pelo decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943.

Os dados compilados pela empresa de consultoria também são confirmados pelo médico especialista na área de Medicina e Segurança do Trabalho, Issan Fares Júnior, da IF Saúde de Três Lagoas. Para o médico, a produtividade aumenta quando o trabalhador está bem em sua função. “Você consegue reconhecer a satisfação do trabalhador quando vê que ele está confortável. A prevenção é mais prática, pois não tem problema de custo, que pode acontecer em um acidente ou em doenças ocupacionais, que também é uma forma de acidente de trabalho, porque conta com uma boa prevenção”, destaca.

Outro exemplo de que o investimento com a prevenção é menor do que o tratamento é na Eldorado Brasil. Segundo o diretor de Recursos Humanos da indústria de celulose e papel, Elcio Trajano, o trabalho e o valor de investimento com a prevenção é baixo. “Trabalhamos com recursos próprios e parcerias externas”, disse.

O médico ressalta que a área de medicina e segurança do trabalho normalmente não possui um ciclo fechado, pois está sempre buscando melhorias. Desta forma, o desempenho na produção é beneficiado, um fruto colhido pelo empresário que opta por investir nesta área. Além disso, diante da competitividade profissional, que visa sempre buscar maiores lucros e menos desperdícios, os empresários passaram a ser mais receptivos, pois além de estar na lei, entendem que é melhor investir na prevenção do que ter gastos com ações trabalhistas.

Para minimizar o impacto de um trabalhador afastado de não corresponder com as expectativas de sua produção após retornar ao seu posto de trabalho, o médico Issan explica que uma ação também bastante comum praticada pela prevenção é o acompanhamento e monitoramento desta pessoa.

“Fazemos alguns parâmetros para que a pessoa continue sendo útil na empresa e se mantenha estável emocionalmente. Muitos trabalhadores que ficam muito tempo afastado ficam inseguros quando retornam, temem não conseguir corresponder às expectativas ou atuar como antes. Mas quando conseguem sentir que atendem de forma adequada, sentem que dão conta e não adoecem psicologicamente”, disse o médico.

O diretor de RH da Eldorado Brasil disse que o problema de saúde mais comum enfrentado pelos trabalhadores da indústria é a doença osteomuscular, que atinge a região da coluna lombar.

Élcio ressalta que o maior índice de afastamentos é por problemas de coluna e por trauma, não apenas pela atividade do trabalho, mas também resultado da vida moderna: sedentarismo, hábitos alimentares incorretos, jornada dividida entre trabalho e estudos e ocorrências de trânsito, acidentes de moto, carro e bicicleta.

Para minimizar os impactos, conta com o programa de ergonomia, para melhorar as condições de trabalho, além da ginástica laboral preparatória e de pausa.

IF SAÚDE: PIONEIRA NA MEDICINA E SEGURANÇA DO TRABALHO

A preocupação com a saúde do trabalhador em Três Lagoas também cresceu ao longo dos últimos dez anos, da mesma forma com a vinda de mais indústrias e empresas prestadoras de serviços.

Além da exigência no cumprimento da lei, como também nas normas estabelecidas e que são atualizadas constantemente, uma forma de amparar a saúde física e mental do trabalhador é a contratação de uma empresa especializada neste tipo de serviço: a segurança e medicina do trabalho.

A pioneira neste tipo de trabalho é a empresa IF Saúde, que atualmente trabalha com aproximadamente 70% das indústrias instaladas em Três Lagoas, cuidando da saúde de em torno de 11 mil trabalhadores, tanto na prevenção quanto no acompanhamento.

O responsável da empresa, Issan Fares Júnior, atua há 16 como médico, sendo 15 dedicados exclusivamente à segurança e a medicina do trabalho. No início, lembra o que chamou a sua atenção em trabalhar nesta área – que era até então pouco explorada na região de Três Lagoas – era a sua identificação com este tipo de serviço. “Era uma oportunidade e um método de trabalho que tinha a ver com o meu perfil na área, que é a preventiva e as suas formas de rotina. Eu fui fazer medicina do trabalho e paralelamente trabalhava em clínicas de segurança do trabalho em São Paulo e fui conhecendo, me envolvendo com o assunto, com o qual me identifico, pois sempre gostei muito de administração e economia e essa área que tem tudo isso”, lembra, não imaginando que futuramente seria precursor nesta área.

Com a vinda das primeiras grandes indústrias, no final da década de 90, nasce no ano 2000, a empresa e a vontade de implantar a medicina do trabalho. No início, havia um pouco de resistência da classe empresarial para entender o novo sistema de trabalho na avaliação da saúde do trabalhador. “Antigamente quando eu cheguei até os colegas que faziam medicina do trabalho nas empresas, eram só examinar a pessoa. Isso é insuficiente, pois é necessário bom exame complementar para ajudar a monitorar biologicamente o trabalho que está sofrendo dano ou não”, lembra.

Os serviços oferecidos pela empresa de medicina do trabalho vão desde exames laboratoriais, até a elaboração de programas de segurança de trabalho que são aplicados dentro das fábricas. Além disso, a IF realiza a terceirização dos profissionais de saúde para as empresas que tem ambulatório, além oferecer treinamentos para os trabalhadores. Outro serviço disponível na empresa é a área protegida, que nada mais é que a remoção médica do trabalhador que tenha sofrido alguma lesão dentro uma área privada, até a unidade de saúde.

Para minimizar os impactos, empresas contam com o programa ginástica laboral preparatória.

Foto: Flávia Guedes

Fonte: Expressão MS.

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